Descrição e conteúdos abordados
Demonstração da ejeção de elétrons da superfície de uma placa metálica por meio da incidência de radiação ultravioleta (UV-C). Inicialmente a superfície da placa metálica (alumínio) deve ser lixada para limpar quaisquer resíduos e oxidação, a fim de facilitar a saída dos elétrons. Prender e conectar essa placa no eletroscópio de folhas.
Eletrizar um canudo ou tubo de pvc atritando com papel toalha e encostar na quina da placa de alumínio, passando o canudo ou tubo ao longo de seu comprimento, para transferir a maior quantidade de cargas possível para o eletroscópio. Dessa forma, estaremos eletrizando o eletroscópio por contato, ou seja, ficará eletrizado com cargas de mesmo sinal do canudo ou tubo de pvc.
Com o eletroscópio carregado, podemos incidir a luz de uma lâmpada incandescente sobre a superfície da placa de alumínio e verificar que o eletroscópio continua carregado. Mas, quando incidimos a radiação de uma lâmpada de vapor de mercúrio (UV-C), o eletroscópio é descarregado.
Podemos repetir o procedimento atritando uma tira de acrílico para eletrizar o eletroscópio. Desta vez, mesmo incidindo radiação UV-C o eletroscópio não é descarregado. Pode-se concluir que o canudo ou o tubo de pvc ficam eletrizados negativamente (excesso de elétrons) quando atritados com papel toalha, pois o eletroscópio descarrega com a incidência de radiação UV-C. Ao contrário, a tira de acrílico fica eletrizado positivamente (falta de elétrons).
Outro método de eletrização para carregar o eletroscópio é por indução e aterramento. Neste caso, encostamos o dedo em alguma parte metálica do eletroscópio e aproximamos o corpo eletrizado (canudo, tubo de pvc ou acrílico). Sem afastar o corpo eletrizado, desencostar o dedo e só depois, afastar o corpo eletrizado. Nesse tipo de eletrização, o eletroscópio fica carregado com cargas de sinal contrário ao do corpo eletrizado. Por exemplo, pelo método de indução e aterramento, o acrílico eletrizado positivamente carrega o eletroscópio com cargas negativas.
Pode-se também, fazer outra demonstração interessante, que é carregar o eletroscópio sem tocá-lo. Basta aproximar o acrílico eletrizado, da placa de alumínio e incidir radiação UV-C. Aos poucos, o eletroscópio vai sendo carregado, pois a radiação “arranca” elétrons do metal e o campo elétrico do acrílico não deixa eles retornarem para a placa, o que não acontece com a simples incidência da radiação sem a presença deste campo elétrico externo.
Para que ocorra o efeito fotoelétrico é necessário que a energia do fóton seja maior do que a função de trabalho do metal. No nosso experimento, a lâmpada de Hg emite radiação UV-C na faixa de 200 a 280 nm e a função de trabalho do alumínio é de 4,1 eV. Com esses dados, podemos determinar a energia do fóton e descobrir se essa energia é maior do que a função de trabalho do alumínio.
Por meio deste experimento, podemos descobrir o sinal das cargas dos objetos eletrizados: basta carregar o eletroscópio por contato (cargas de mesmo sinal) ou por indução e aterramento (cargas de sinal contrário) e incidir radiação UV-C. Se o eletroscópio descarregar indica que ele estava eletrizado negativamente e se não descarregar, indica que ele estava eletrizado positivamente.
Material Utilizado
- Eletroscópio de folhas
- Placa de alumínio
- Lâmpada incandescente
- Lâmpada germicida de vapor de mercúrio (UV-C)
- Canudos ou tubos de pvc
- Régua ou peça de acrílico
- Papel toalha
- Lixa fina
Equipamento construído e doado por Claudio Hiroyuki Furukawa para o Laboratório de Demonstrações da UFPA.
Links Relacionados
Artigos em português
- Efeito fotoelétrico com placa de zinco. Sala de Demonstrações de Física. UFMG
- Uma Aula Sobre o Efeito Fotoelétrico no Desenvolvimento de Competências e Habilidades. Marisa Almeida Cavalcante, Cristiane R.C. Tavolaro, Dione Fagundes de Souza e João Muzinatti. Física na Escola, v. 3, n. 1, pp. 24- (2002).
- Efeito Fotoelétrico. PhET Interactive Simulations. University of Colorado Boulder
- Física Moderna no Ensino Médio: um experimento para abordar o efeito fotoelétrico. Luciene Fernanda da Silva e Alice Assis. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 29, n. 2, pp. 313–324 (2012)
- Efeito fotoelétrico: desenvolvimento de um experimento quantitativo. E. G. Alves, F. V. Gonçalves, P. A. M. F. Gomes e V. O. M. Lara. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 44, e20210480 (2022)
- Construção e caracterização de uma célula fotoelétrica para fins didáticos. João Bernardes da Rocha Filho, Marcos Alfredo Salami e Vicente Hillebrand. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 28, n. 4, pp. 555–561 (2006)
- Lâmpada de Hg para experimentos e demonstrações de física moderna: introdução ao efeito fotoelétrico e outros tópicos. Rafael Rodrigo Garofalo Paranhos, Victor Lopez-Richard e Paulo Sérgio Pizani. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 30, n. 4, artigo 4502, (2009)
Artigos em outros idiomas
- Simple Photoelectric Effect. Adam Beehler. Department of Physics and Astronomy. University of Utah (2009)
- Photoelectric Effect. PhET Interactive Simulations. University of Colorado Boulder
- Development of Photoelectric Effect Learning Media Based on Arduino Uno. H. Hamzah, Risdiyanto, Umma, Sucahyo, Putri, Ishafit. Indonesian Review of Physics (IRiP), v. 5, n. 1, p. 8–15 (2022)
Vídeos em Português
Vídeos em outros idiomas
Redes Sociais